quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

leveza

 


não deixa que ela escorregue,
que te cause mais dor
 
maternar é tão bonito quanto difícil, mas não precisa ser pesado.
  Mallu foi uma bebê desejada e amada desde que soubemos de sua micro-existência no meu útero. lembro com carinho da primeira vez que vimos seu coração bater, do primeiro chute na barriga, o primeiro olhar, a primeira risada, o primeiro cocô explosivo, a primeira noite insone, a primeira gripe, o primeiro carinho... foram tantas as primeiras vezes desde que a minha Luz chegou! no frigir dos ovos algumas delas parecem aterrorizantes, mas depois só deixam saudades e aquela sensação de "eu consegui, nós conseguimos". mesmo duvidando da minha capacidade ou da minha força, no fim das contas, sempre dou o meu melhor e dá tudo certo.
  me cobro muito, sou perfeccionista, encrenquinha comigo mesma. a tolerância e a paciência que costumo ter com as pessoas é o que mais falta no cuidado comigo mesma. e hoje conversando com uma amiga (a que sempre toca no ponto certo, gratidão-gratidão-gratidão) percebi que o que preciso mesmo é de leveza.
  deixar a vida seguir seu curso - afinal ela segue mesmo que eu tente não permitir, não é mesmo? curtir os momentos com a minha filhota, mesmo aqueles que insistem em ser complicados e cansativos. me desligar da casa bagunçada, do celular apitando, do sono acumulado, do livro pela metade... e me prender naquela risada gostosa, nos passinhos desajeitados, na vontade de estar sempre grudada em mim, de ver a vida em cima do meu colo.
  dar leveza ao nosso amor e paciência ao meu cansaço. acreditar na minha força e no nosso vínculo. me permitir ver a vida com a Mallu no colo.
 
  é, acho que a nossa frase é "nós conseguimos". juntas, uma pela outra, sempre conseguimos.

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