quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mallu nasceu! - meu relato de parto normal


já se passaram 15 dias do nascimento da Mallu e, admito, ainda não me sinto totalmente pra "parir" o relato de parto. mas ao mesmo tempo sinto que é algo que preciso fazer, reviver aqueles momentos na minha memória e deixar a emoção falar por mim.

dia 04/01, sexta-feira, tive consulta de rotina com minha GO. estava com 37 semanas e 6 dias, e apreensiva por boas notícias. a GO fez o toque e percebeu que eu já estava com 2cm de dilatação e com o colo médio, começando a afinar. senti uma dor diferente enquanto ela fazia o toque e resmunguei, então ela disse 'dói um pouco mas vai acelerar as coisas'. na hora não me toquei do que ela tava fazendo e pensei 'quem disse que estamos com pressa?'. saí de lá radiante com a dilatação progredindo sem contrações doloridas.
no dia 05/01 meu tampão começou a sair. estava em casa com minha irmã dando uma mini-faxina e quando fui ao banheiro vi aquela 'melecona' amarelada com um pouco de sangue. achei que seria só aquilo, mas o tampão continuou saindo até o dia 07, segunda-feira. passei o fim-de-semana mais quietinha, pois tinha caído minha ficha: a GO fez descolamento de membranas SEM A MINHA AUTORIZAÇÃO, sem pelo menos me explicar do que se tratava. imaginei que em breve a bolsa romperia e eu não queria que o trabalho de parto começasse por 'empurrãozinho' nenhum da GO, queria que Maria Luiza chegasse no seu tempo.
dia 07/01, segunda-feira, saí com minha mãe e minha irmã pra comprar algumas coisas, andamos um bocado, eu estava super bem disposta. cheguei em casa e procurei artigos e livros interessantes pra ler, crente que ainda demoraria pra Mallu nascer e precisaria de algo pra calmar minha ansiedade até lá.
às 23h o Carlos (meu marido) chegou do trabalho, e quando levantei da cadeira pra abrir a porta pra ele senti um pouco de líquido quente saindo na minha calcinha. sentei de novo e fiquei pensando se era ou não a bolsa, mas em momento algum pensei que fosse xixi (como leio em vários relatos). levantei de novo e escorreu mais um pouco, aí não tive mais dúvidas que era sim a bolsa. falei pro meu marido e pensei que ela só tinha 'furado' e terminaria de romper durante a madrugada. enquanto conversava com ele, de pé na sala, senti um monte de líquido escorrer pelas minhas pernas. fiquei olhando pro Carlos com cara de boba e falei 'é hoje, Mallu vai nascer!'. fui pro banheiro e vi que o líquido tava claro e continuou saindo aos poucos. o Carlos me perguntou se iríamos pro hospital e eu disse que não, que queria esperar em casa pra ver se o trabalho de parto começava sozinho. tinha certeza que as dores iniciariam e tudo correria bem naturalmente, mas infelizmente não foi bem assim.
conversei com a Kalu no chat do facebook, nunca tínhamos nos falado antes e ela foi super atenciosa comigo. ligou aqui em casa e me perguntou como foi o rompimento da bolsa, disse que eu podia esperar até amanhecer o dia sem problemas porque o líquido tava claro e eu havia feito o exame de Streptococcus, que deu negativo.
fui deitar pra tentar dormir e descansar também, mas a ansiedade e a empolgação eram tantas que não conseguia. voltei pro computador, conversei com meus primos no facebook, liguei pra minha mãe e pra minha irmã e avisei que a bolsa tinha rompido e talvez teríamos que sair durante a madrugada pra maternidade.
o dia ia amanhecendo e nada de dores, o que começava a me preocupar. mandei mensagem também pra Monique, uma amiga querida, que respondeu com carinho em plena madrugada. mais ou menos às 7h liguei pra minha irmã e disse que poderiam vir aqui pra casa, que eu ia sair pra caminhar um pouco com o Carlos e depois iríamos pro hospital. acordei o Carlos e saímos pra caminhar, pra ver se acelerava o processo. o dia estava nublado, um friozinho gostoso que há tempos não dava as caras por aqui. enquanto caminhávamos eu só conseguia sentir felicidade: minha filha em breve estaria nos meus braços!
última foto do barrigão, antes de sair de casa
depois fomos pra casa, e minha mãe, minha irmã e meu irmão chegaram, um pouco afobados e querendo correr pro hospital. tranquilizei a todos, tomamos café, saí pra caminhar mais um pouco com minha irmã e nada das dores virem. então fui tomar banho, me depilar (tinha pavor de tricotomia) e saímos pro hospital.
chegamos no Hospital Sofia Feldman por volta de 12h e a recepção estava um pouco cheia. passei pela triagem com a enfermeira às 14h, e ela me repreendeu por ter esperado tanto tempo pra ir ao hospital. viu que eu estava com 3cm de dilatação e disse que teria que induzir o parto com ocitocina sintética. a essa altura eu já sabia que isso aconteceria, mas não nego que fiquei abalada e com muita vontade de chorar.
nos encaminharam (Carlos e eu) pro pré-parto, onde haviam outras mulheres na indução. me colocaram no soro às 15h30, e logo depois fizeram um cardiotoco. era muito tranquilizador saber que meu marido estaria ali do meu lado todo o tempo, e que minha família estava me esperando com ansiedade e carinho na recepção.
as dores não vinham, mesmo na ocitocina, e às 17h me medicaram com penicilina, porque já estava há 18hrs com a bolsa rota. senti muita queimação nas veias e até então era a pior dor que eu tinha sentido até ali, mal sabia o que viria pela frente. quando a enfermeira me avaliou novamente, viu que eu estava com quase 5cm de dilatação, e ainda sem nenhuma dor. por um momento pensei que seria uma dessas sortudas que tem um parto indolor, haha.
caminhando com o Carlos ainda sem dores
de vez em quando eu saía pra caminhar, com o Carlos sempre ali do meu lado carregando o soro. era muito bom ver minha mãe e meus irmãos me esperando e me incentivando ainda que só com olhares carinhosos. a Monique me ligou e me passou uma super confiança, me tranquilizou bastante a respeito das horas que já estava ali sem 'nada' acontecer, e até se ofereceu pra levar frutas pra que eu pudesse me alimentar durante o trabalho de parto.
quando as dores estavam começando
mais ou menos às 20h trocaram o plantão das enfermeiras, e conversei com uma delas dizendo que já estava preocupada porque as dores não vinham, e ela colocou a ocitocina pra pingar mais rápido e terminou de romper minha bolsa com uma coisa que parecia uma agulha de tricô, rs. foi quase instantâneo: saí pra caminhar mais um pouco e as dores vieram.  as primeiras contrações estavam de 2 em 2 minutos, e as dividi de mãos dadas com a minha mãe, o que deu muita força. 
voltamos pra sala de pré-parto e eu já estava sentindo muita dor. fomos pro chuveiro, Carlos e eu, e a água quente era a melhor coisa do mundo naquele momento. fiquei mais ou menos 1h debaixo d'água e as dores começaram a apertar. quando saímos do chuveiro eu já estava resmungando alto de dor, rs. a cada contração que vinha me debruçava na cama e rebolava, o meu corpo pedia que fizesse isso. a enfermeira fez massagem durante uma contração e o Carlos passou a repetir algumas vezes, era muito aliviador.
depois de algum tempo foram me avaliar e eu estava com 6cm, então me passaram pra sala de parto. fomos pro quarto Chica da Silva, e quando chegamos fiquei deslumbrada de como era lindo e acolhedor. grandes janelas que mostravam uma noite linda lá fora, um banheiro enorme com bola de pilates e cadeira embaixo do chuveiro, a cama inclinada e uma banheira ali do lado.
as dores já eram muito intensas e eu sentia vontade de fazer força, à essa altura já estava na 'partolândia', uma espécie de transe inexplicável. fomos mais uma vez pro chuveiro, o Carlos me passava muita força e muito carinho em cada toque, em cada massagem, cada volta que dava pelo quarto carregando o soro, cada palavra de incentivo.
quando as dores vinham, cada vez mais fortes e duradouras, eu ficava de quatro no chão do banheiro e agarrava a bola de pilates. eu estava muito, muito, muito cansada porque estava há muito tempo sem dormir - quando as contrações davam um tempinho eu cochilava em pé. entre uma contração e outra (se é que havia intervalos entre elas, rs) tentava me deitar na cama pra descansar, mas assim que vinha outra contração era impossível ficar ali deitada, a dor era muito grande. fiquei com muito medo desse cansaço todo me atrapalhar na hora do expulsivo, e decidi que precisava da anestesia pra tentar descansar um pouco. pedi pro Carlos chamar a enfermeira, eram mais ou menos 22h30 e ela disse que não poderia me dar a anestesia porque ainda estava com 6cm (mas não me avaliou novamente antes disso) e seria perigoso pra bebê, e que 1h voltariam pra ver como estava minha dilatação. eu fiquei muito nervosa mas tentei aguentar mais um tempo, que não foi muito. pedi pro Carlos ir novamente atrás de outra enfermeira, a essa altura eu já repetia 'eu não vou aguentar, eu não aguento mais' e tinha medo que isso realmente fosse verdade. a outra enfermeira veio e disse que me dariam a anestesia, e nos levou pra 'sala' do anestesista. ele estava ocupado com outro procedimento e ficamos ali esperando mais ou menos 1 hora, com contrações fortíssimas e muita vontade de fazer força. o espaço era muito pequeno e eu precisava me movimentar, nessas horas só as massagens do Carlos aliviavam as dores.
o anestesista chegou, me pediu pra sentar na maca e explicou como seria a anestesia. enquanto me preparava pra recebê-la eu sentia contrações e era praticamente impossível ficar naquela posição, acho que dei boas mordidas no Carlos nessa hora, rs. senti uma picadinha á toa e algo como um líquido gelado escorrendo pelas costas, mas não era nada comparado à dor que estava sentindo. me deitei na maca e o anestesista pediu que o Carlos fosse conversando comigo pra ver como eu ia reagindo à anestesia, mas assim que as contrações passaram eu dormi. estava muito cansada, e precisava de um cochilo mais que de qualquer coisa. acontece que eu não sentia mais contrações, mas sentia muita dor na vagina e vontade de empurrar. o anestesista viu que eu chorava e perguntou se não tinha passado a dor, contei o que estava sentindo e ele buscou a enfermeira dizendo que provavelmente meu bebê já estaria quase nascendo. quando ela fez o toque viu que eu estava com quase 10cm e disse que teríamos que voltar pra sala de parto. minhas pernas estavam um pouco fracas, mas consegui ir andando apoiada no Carlos.
chegando lá me deitei na cama e comecei a fazer força, a enfermeira ia avisando quando minha barriga endurecia. nessa posição eu não conseguia mandar a força pro lugar certo, então colocaram um arco de ferro em cima da cama e me ensinaram como fazer força de cócoras. ainda assim era difícil porque eu não sentia as contrações, só os puxos lá embaixo que eram muito fortes. aos poucos fui entendendo como era a força que devia fazer, a enfermeira (Bruna) era super atenciosa e paciente, me incentivava entre uma força e outra e explicava como devia fazer.
fiz força bastante vezes, não era tão rápido quanto imaginei que seria. comecei a sentir uma queimação enorme na vagina e percebi que era a cabeça da Mallu coroando, mas assim que parava de fazer força ela voltava. pedi pro Carlos ir pegar água pra mim, estava exausta, precisava me reanimar. falei pra Bruna que estava com vontade de fazer cocô e ela disse que era normal, que era minha filha querendo sair. fiz mais algumas forças e percebia que a cabeça descia mais um pouco a cada vez. perguntei se já ia nascer e a Bruna disse que sim, então pedi pro Carlos ir chamar minha irmã que também assistiria o parto. nem vi quando os dois entraram na sala, só foi muito bom ver o rosto deles ali, me dando força, me incentivando, acreditando que eu seria capaz. era muito confortador.
mais algumas forças bem longas e a Mallu estava quase saindo, mas não terminava nunca. foi numa força longa, na qual percebi que Mallu nasceria, que a Bruna percebeu que minha filha estava com a mãozinha no rosto e o bracinho todo pra frente, e me pediu pra deitar. com as mãos ajudou a saída da Mallu. senti uma ardência e queimação enormes enquanto ela saía, mas ao mesmo tempo um alívio inexplicável.



Mallu já saiu chorando, toda vermelhinha e coberta de vérnix. fui por instinto logo tentando pegá-la e o Carlos pediu que eu esperasse um pouco, as enfermeiras estavam conferindo se estava tudo bem com o bracinho dela, já que estava num lugar que dificultou o parto pra nós duas. assim que terminaram de olhá-la, colocaram ela em cima de mim e eu senti aquele cheirinho quente e gostoso, aquela pele engordurada e morna na minha.  falei 'oi, meu amor, minha linda... nós conseguimos! nós conseguimos! a mamãe te ama tanto' e ela foi se acalmando, parando de chorar enquanto ouvia minha voz. eu tocava o corpinho dela e agradecia à Deus por ter minha filha ali, no meu peito, perfeita e linda.

quando o cordão parou de pulsar, a enfermeira o clampeou e pedi que o Carlos cortasse. ele cortou e depois a Bruna foi tirando minha placenta e perguntou se eu queria vê-la, o que assenti. ela me mostrou e explicou o que era cada parte, a bolsa e etc. depois veio um médico tirar um resto de membrana que tinha ficado em mim. tudo isso doía e a cada dor que eu sentia Mallu chorava forte, fiquei absurdada de perceber a conexão imensa que tínhamos. ao ouvir minha voz ela ficava calminha de novo, fiquei conversando com ela todo o tempo enquanto me costuravam. tive uma laceração de 1º grau e graças a Deus não precisei de episiotomia (era meu outro pavor).
outra enfermeira pegou Mallu dos meus braços, depois de muito tempo que ficamos naquele contato pele a pele, e levou pra medir e pesar.  ela nasceu com 47cm e 2,875kgs, bem diferente da bebêzona que os médicos esperavam por causa da diabetes gestacional.
minha irmã teve que ir embora, e se despediu me dando os parabéns e dizendo que minha filha era linda. tive vontade de abraçá-la, pena que não pude. pedi que minha mãe entrasse rapidinho só pra ver a neta, já que havia esperado do lado de fora o dia todo, mas infelizmente não foi possível.
a enfermeira então disse que aplicaria a vitamina K e eu perguntei se aplicaria o colírio de nitrato de prata, estava ainda em outro mundo, ela disse que sim e eu não consegui discutir (o que me arrependo até hoje). depois ela foi limpar e vestir Mallu, e pediu que o Carlos fosse comigo enquanto eu tomava banho.
tomei banho tranquilamente, só assustada com o tanto de sangue que saía. não senti nenhuma tontura ou algo do tipo, estava ótima, só os pontos incomodavam um pouco.
quando terminei o banho a enfermeira nos pediu pra esperar um pouco numa cadeira ali perto que iria liberar um leito na enfermaria. dei de mamar pra Mallu nesse momento e me senti a mulher mais poderosa do mundo: pari e podia alimentar minha filha, ainda que nesse momento apenas com o colostro.
depois fomos pra enfermaria e o Carlos buscou um lanche pra mim. comi e dormimos, estávamos os três exaustos. sem dúvida alguma foi a melhor noite da minha vida.

meu parto não foi natural da forma como sonhei, mas sem dúvidas foi exatamente como eu precisava. uma experiência única e maravilhosa, indescritível. sei que se eu tivesse ido pra qualquer hospital do meu convênio teria caído numa cesárea desnecessária, e tenho muito orgulho de mim mesma por ter batalhado pelo meu parto normal até o fim. consegui, junto da minha filha, o parto que merecíamos: humanizado, cheio de respeito e carinho.
sou muito grata à Mallu que trabalhou junto comigo durante todo o nosso trabalho de parto, que foi forte e guerreira. grata ao Carlos, ele foi mais que marido e pai, foi um companheiro maravilhoso, pariu Mallu junto comigo. passar por isso juntos fortaleceu muito nosso amor e nossa união.
também sou muito grata à minha mãe, pela mão forte que segurava a minha nas primeiras contrações, e tudo o que isso significou. aos meus irmãos que estavam ali sintonizados em amor e ansiedade pela chegada da sobrinha, com tanto afeto e paciência..
à todos os funcionários do Hospital Sofia Feldman, que me trataram com respeito e carinho desde o momento que cheguei até quando fomos embora.
e principalmente à Deus por ter estado ao nosso lado a cada dia da gestação e durante o parto, me dando de presente uma menina saudável e maravilhosa, que mudou completamente minha vida pra muito melhor.

pra quem tem dúvida entre parto normal e cesárea, não vou ficar falando sobre dados estatísticos ou pesquisas... só quero dizer pra confiarem no seu corpo e se darem a chance de viver essa experiência única e maravilhosa que é dar à luz sua própria cria.

pari Maria Luiza com 38 semanas e 4 dias, no dia 09/01/2013 às 00:33, pesando 2,875kgs e medindo 47cm, com apgar 9/10, no quarto Chica da Silva do Hospital Sofia Feldman. e desde então o mundo ficou absurdamente mais lindo.


agora a criança sou eu
agora sinto um gosto doce
agora vejo a cor azul
agora a mão de quem me trouxe
agora é só meu corpo nu
agora eu nasço lá de fora
agora minha mãe é o ar
agora eu vivo na barriga
agora eu brigo pra voltar
agora
minha família ♥

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

sua chegada ♥

 filha, é hoje! você vai nascer!
 há quase 2 horas a bolsa rompeu e eu estou num transe de alegria inexplicável por saber que sua chegada se aproxima.
 vamos enfim nos conhecer. e eu vou poder te dar todo esse amor que vem sendo gestado junto com você desde o início. prepare-se: é amor demais!
 seu pai e eu estamos tranquilos, sua irmãzinha tá deitada aqui do meu lado. ainda não sinto dores mas anseio pela chegada delas, pois elas trarão você pra mim.
 em breve saberei como são seus olhos, seu nariz, seu queixinho... se você vai ter alguma marquinha de nascença, se vai reconhecer minha voz assim que ouvi-la. só tenho a agradecer à Deus e à você por ter me escolhido como sua mãe. eu te amo, meu amor. vou dar o melhor de mim por você e pra você, sempre.
 a partir de agora hoje não seremos mais dois corações em um corpo só, mas sem dúvidas o meu passará a bater fora do meu corpo, aí juntinho de você.
 vem, Mallu! você é muito esperada e amada. vem conhecer o mundo lindo que te espera aqui do lado de fora da barriga, vem conhecer sua família que tanto te deseja, vem sentir o amor que seu pai e eu temos pra te dar. vem tranquila, vem segura... estamos prontos pra te receber e te acolher com carinho, afeto e respeito.
 Maria Luiza, meu sonho realizado, o maior presente que a vida poderia ter me dado. daqui a algumas horas você estará nos meus braços e eu vou poder dizer olhando nos seus olhos que pra você tenho todo o amor do mundo. vem, minha filha querida, vem pra mamãe e pro papai.
 vamos terminar esse ciclo e começar uma vida nova, juntas, como não poderia deixar de ser. trabalharemos juntas pra que você chegue com respeito, cuidado e proteção... vem, meu amor, vem que a mamãe tá doida pra te ninar! amo você! até daqui algumas horas ♥

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

lavagem das roupinhas, itens de higiene e mimos da família ♥

 quando tava com 32/33 semanas decidi começar a lavar as roupinhas da Mallu, porque os móveis do quarto dela finalmente haviam sido montados. acontece que... não dei conta! hahaha. gente, é muito trabalhoso, meu deus! é muita roupinha, roupa de cama, kit berço, etc etc...
 primeiro deixa eu contar como sou lesada: tirei um dia só pra fazer isso. fui ao supermercado com a minha irmã pra comprarmos o sabão específico: sabão de coco líquido. vimos lá na prateleira e tinha um Ola pra bebês, mas decidimos que era melhor comprar só o de coco mesmo, seguir direitinho a recomendação. ok, pegamos um Ola branco e fomos pro caixa. chegamos na casa da minha mãe super empolgadas e (pela graça divina) decidimos começar pelas roupinhas brancas. lavamos todas e colocamos pra secar, super trabalhoso. umas 2hrs depois, quando essas já estavam secas, separamos todas as que são novas e coloridas. na hora de colocar o sabão no balde (pela graça divina - parte 2) leio no rótulo: alvejante para roupas claras. COMASSIM? li de novo e tava lá: usar somente em peças brancas ou de tons crus. e nós íamos colocar TODAS AS COLORIDAS juntas no balde e deixar de molho com aquele sabão! foi Deus que me fez ler hahaha. aí, óbvio, tivemos que lavar todas as brancas de novo e deixar pra outro dia, porque já estava tarde e estávamos super cansadas... tsc tsc, tomara que a Mallu não puxe a esperteza da mamãe nem da titia.
  daí separei um monte de roupas que eu lavaria e deixei um outro monte pra minha mãe e irmã lavarem e passarem pra mim. foi uma delícia ver o varal cheio de roupinhas pequenininhas e coloridas pela primeira vez ♥


mas, olha, depois de encher esses varais por 3 vezes, não dei mais conta. minha mãe e minha irmã que lavaram e passaram todo o resto, e as agradeço muito por isso! por isso, uma dica: não deixem pra última hora, mamães barrigudas! é muuuuito cansativo. comecem a lavar lá pras 27 semanas, mesmo que tenham que ensacar pra não pegar poeira. a não ser que vocês tenham anjos como os que eu tenho, claro :)

sobre os itens de higiene: minha mãe, como sempre uma fofa, comprou a maior parte deles pra mim. fomos numa loja perto do trabalho dela (naquele dia que senti as contrações) e ela me deixou à vontade pra escolher o que queria, e foi me lembrando de algumas coisas que esqueci (como por exemplo as fraldas, HAHAHAH aaai cabeça de mãe de primeira viagem!). uns dias depois comprei o que tinha faltado porque não havíamos achado na loja que fomos. nossas compras foram:


1 - Shampoo e Condicionador Turma da Mônica
2 - Sabonete líquido Johnson's Da Cabeça aos Pés
3 - Sabonete líquido Granado de Glicerina
4 - Óleo Johnson's Hora do Sono
5 - Óleo Puro Granado
6 - Hidratante Granado
7 - Fralda Pampers RN
8 - Lenços umedecidos Pampers RN
9 - Sabonete em barra Johnson's de Glicerina
10 - Escova e Pente (não sei a marca)
11 - Cotonetes próprios para bebê (não lembro a marca também)
12 - Pomadas: 1 Bepantol Baby, 1 Bepantriz (genérica da Bepantol), 1 Derma Prevent (genéria da Dermodex Prevent)
13 - 3 pacotes de gazes
14 - Chupeta MAM Night 0-6 meses (brilha no escuro hahaha)
15 - Kit manicure de bebês Ricca
16 - 1 pacote de algodão em discos (não sei a marca)
17 - Álcool absoluto pequeno

e minha mãe também comprou as coisas que eu vou precisar na maternidade (não fotografei):
1 pacote de absorvente pós-parto
1 pacote de absorvente noturno
1 caixa de absorvente para os seios

minha mãe tem me mimado e ajudado muuuito durante a gestação! resgatamos nosso relacionamento e estamos maravilhosamente bem uma com a outra, como nunca estivemos na vida. espero que dure pra sempre :)
por falar em mimos, tenho recebido muitos, graças a Deus! é muito bom saber que somos amadas e queridas, tanto eu quanto a Mallu.
postei no facebook que tava desejando bolo de laranja com café com leite, supondo que só poderia comer depois da gestação, por causa da diabetes gestacional. me enganei: minha prima Adriane na mesma hora disse que faria pra mim um bolo diet e mataria meu desejo. e assim fez: fui na casa dela, me recebeu com todo carinho, fez o bolo que ficou uma delícia e matou meu desejo! super fofa!


  e desde o início da gravidez fiquei com vontade de comer peixe. meu pai prometeu que ia matar meu desejo (achei até bonitinho, da última vez que ele veio aqui saiu pra pescar um dia antes, porque a neta tinha que comer o peixe que ele pescou, mas não conseguiu nada hahaha). acontece que quem foi um fofo e matou meu desejo foi meu irmão, o Thiago, esse lindo! assim que conseguiu um dinheirinho me buscou aqui em casa, levou na casa da minha tia e lá assamos um peixão que ele comprou! foi uma delícia, não só porque matei o desejo, mas porque senti o carinho do meu irmão comigo e com minha pequena.
  no comecinho da gravidez minha sogra fazia canjica pra mim toda vez que ia visitá-la, porque ela sabe que amo! agora não faz mais por causa da diabetes, mas mesmo assim vive prometendo várias coisas boas pra quando a Mallu nascer, inclusive uma tarde de bebedeiras juntas hahaha. faço questão de fazer mojito (minha bebida preferida) pra ela experimentar, vai ser ótimo!

  enfim, me prolonguei demais, pra variar, hahaha. faltam dois posts que quero fazer antes da Mallu nascer: o quartinho e a mala da maternidade. mas acho que vão ficar pra amanhã.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

sintomas e esquisitices gravídicas

  chegando agora no finalzinho da gestação resolvi escrever sobre os sintomas e as coisas estranhas que me acometeram nesses 9 meses de gestação. carregar uma vida não é moleza não, minha gente.
 vou começar falando sobre eles, presentes e indiscretos: os gases. desde o começo aqui, firmes e fortes. passei a me sentir uma velhinha com flatulência descontrolada, quando menos espero PUM! tô arrumando alguma coisa no trabalhPUM! o marido me faz rir demaiPUM PUM PUM PUM! abaixo pra pegar alguma coisa que caPUM! é, vocês entenderam... não dá pra segurar. e pra piorar os danados costumam ser barulhentos, não dá nem pra disfarçar.
 outra coisa bem incômoda do começo foi o olfato aguçado. lembro de uma vez, com umas 10 semanas, ficar enjoada com o cheiro do sabonete que o marido tava usando. não conseguia abraçá-lo e nem ficar perto, um saco. e o cheiro das comidas então... tornava tudo bem pouco apetitoso. principalmente cheiro de fritura, argh!
 com o 2º trimestre veio o andar sensual de pata/pinguim. as pernas deram uma afastadinha, cada pé pra um lado e um andado tentando se equilibrar no próprio corpo: essa sou eu. e com o crescer da barriga o trem foi ficando mais feio ainda. ando cada vez mais torta buscando o tal do equilíbrio. até que tô indo bem, embora não seja nada bonito.
 a mijação! desculpem o palavreado de moça requintada. acordar 2, 3... 6 vezes por noite pra fazer xixi! e agora no finalzinho tá bem pior, porque o problema maior não é perder o sono pensando nas coisas que faltam pro enxoval ou no último pesadelo estranho que tive, o que fode tudo mesmo são as dores horríveis nos ossos da perereca.
 sim. perereca tem ossos. e eles doem, doem, doem.
 por falar em pesadelos, esses aí viraram companheiros desde o início da gestação. e é só coisa estranha, tipo noite passada que sonhei que um cara queria me matar porque ele queria beber leite integral e eu dei leite desnatado pra ele. tipo OI? e acreditem: acordei quase chorando de medo e pedindo pro marido que nem se moveu do lugar me abraçar. tenho sonhos também, uns bem bonitos, outros sem noção nenhuma, mas é fato que minha vida noturna cof cof só em sonho mesmo cof cof ficou bem mais agitada. ah, vai entender, né?! Freud explica...
 as estrias: achei que as danadas não apareceriam, mas cá estão elas. minha barriga está toda zebrada e, confesso, tenho vontade de chorar quando a vejo no espelho. but ok... coisas que resolverei depois. pelo menos os peitos estão livres das danadas. falando nos peitos, imaginei que fosse ficar parecendo uma vaca tetuda na gravidez, já que já tinha uns peitões consideráveis antes. que nada. subiu um número do sutiã só. veremos durante a amamentação.
 ah, sobre desejos alimentares: passei a preferir chocolate branco a chocolate ao leite, fiquei loucamente apaixonada por abacaxi (principalmente agora no finalzinho), raramente consigo comer carne vermelha, tenho muita vontade de comer salada (e preguiça de prepará-la, shame on me), e de vez em quando dá umas vontades do nada, mas de coisa normal, nenhum desejo estranho.
 meus pés estão ficando grossos e tenho medo que rachem. isso começou a acontecer nas últimas semanas, acho que é por causa desse peso todo que os coitados estão sustentando há tanto tempo...
 choro à toa. ok, todo livro babaca de maternidade deixa de sobreaviso que isso vai acontecer. mas, juro, eu desacreditava (como desacredito de quase tudo, bjs céticos pra vocês). um dia tava tomando banho com o marido e ele falou, rindo: 'não dá pra tomar banho junto com você, ocupa o chuveiro todo!' pronto, comecei a chorar na hora escondendo as lágrimas na água do chuveiro, hahahaha. me senti a baleia orca ocupadora de box de banheiro. tsc tsc.
 penso demais na gravidez/parto/amamentação/decoração do quarto/enxoval/etc etc e sei que fiquei monotemática, mas quer saber? caguei. é o meu momento, meu sonho se realizando, uma fase maravilhosaPUM ops da minha vida que nunca mais vai voltar. que eu curta cada pedacinho dela e foda-se se as pessoas ao redor me acham chata. geralmente acho todo mundo meio burro e retardado e isso não muda a vida de ninguém, né mêss? hahahaha ;)

amor e mais amor

 vi o contador ali do lado e o coração quase parou por alguns segundos: 16 days to go. lembro perfeitamente de quando comecei o blog, tantas incertezas, tantos medos, tantas coisas pra mudar em tão pouco tempo pra que pudess receber o presente que a vida estava me enviando.
 e agora estou aqui: uma vida nova pra receber uma nova vida. abri mão de coisas e pessoas que pensei nunca conseguir abandonar, decidi dar uma nova chance ao amor quando pensei que não seria capaz, estou construindo dia a dia com meu marido um lar pra nossa filha... e a cada dia vejo que tenho mais motivos pra agradecer à Deus pela oportunidade de me tornar a pessoa que sempre quis ser, ainda que a passos curtos. agradecer pela vinda da minha filha, uma chegada tão surpresa e que tanto me apavorou, mas que já tenho total certeza de ter sido a melhor coisa que me aconteceu na vida. agradecer por ter uma gestação tranquila apesar dos pesares, pela saúde da minha filhota que cresce e se desenvolve lindamente aqui dentro de mim, pela oportunidade de, entre uns apertos aqui e outros ali, poder proporcionar à ela tudo que considero importante pra sua recepção à esse novo mundo.
 tudo tem acontecido de forma tão perfeita e providencial até aqui que só tenho a agradecer... e esperar pelos próximos capítulos dessa história linda que está só começando a ser escrita

37 semanas e 5 dias, Mallu pode chegar a qualquer momento e isso não me causa medo nenhum, só aumenta o meu amor e o meu desejo em tê-la nos meus braços com muitos cheiros, beijos e mimos.

vem, meu amorzinho, vem no seu tempo e na sua hora. papai e eu estamos prontos pra te receber e te conduzir da melhor forma possível por esse mundo maravilhoso!

Reflexões sobre a maternidade



porque esse vídeo é lindo.
e porque meus olhos estão cheios de lágrimas por lembrar da primeira vez que o vi, ainda longe de engravidar, e naquela época já ficar igualmente emocionada.
porque falta tão tão tão pouco pra conhecer o maior amor da minha vida.
e porque sei que vai ser muito melhor do que posso imaginar.