sábado, 27 de julho de 2013

recomeçar


  O blog ficou desatualizado. É que entrar aqui me lembra uma época que ao mesmo tempo em que foi maravilhosa, me faz arrepender de muita coisa.
  Me preocupei demais com enxoval, decoração do quarto, essas coisas todas que no fim não fizeram quase diferença nenhuma. E deixei pra trás o que realmente importava: o empoderamento pro parto e pra maternagem. Não é que ele não tenha acontecido, que eu não tenha caminhado a passos curtos até chegar onde precisava. Eu cheguei - do meu modo, da forma como podia. Pari minha filha mesmo indo contra um sistema obstétrico cesarista e machista. Mas não foi como eu queria, simplesmente porque eu não consegui lutar mais um pouco. Hoje percebo que eu precisava ter vencido algumas amarras que trago desde a infância, e por isso eram tão fortes e tão difíceis de superar.
  Lembro que depois do parto tive um pouco de medo. Comecei a pisar num terreno que, por mais que imaginasse como seria, não sentia segurança. Não havia pensado a fundo como seria amamentar, passar o tempo todo com um recém-nascido grudado em mim, ter privação de sono por longas semanas, não conseguir comer tranquilamente, ou ir ao banheiro quando quisesse. Não havia me preparado pra todos os palpites que viriam, pra seguir minha intuição (eu nem acreditava muito nela, pra falar a verdade), pra saber que tipo de cuidados e criação eu queria dar pra minha filha. Não fazia a mínima idéia da explosão de sentimentos que o pós-parto traz, do amor materializado que seria o meu bebê, do peso e da delícia de ser mãe. Só sabia que amava muito a minha filha e que em cada decisão que tomasse esse seria o mais importante: o amor, o carinho, o respeito.
  E foi com a prática - e muita leitura também - que aprendi a ser mãe. A ser alimento físico e emocional. A ultrapassar barreiras há muito erguidas em minha vida. A pensar, repensar e trespensar no que melhor se encaixa minha maternagem.
  Muitas das pessoas que me conhecem acham que sou uma mãe fresca, chata, radical, xiita, maluca. E eu só acho que sou uma mãe apaixonada. Uma pessoa que se encontrou na maternagem, que se descobriu muito mais forte e poderosa. Que exala amor e coragem por todos os poros.

  O blog continuará tendo como foco a Mallu, o nosso dia-a-dia, o nosso crescimento. Mas agora com menos firula e mais realidade ;)


 
 

Um comentário:

Mãe da Luna (Mari) disse...

Marcando presença aqui. Amei as palavras. Exatamente o que é ser mãe.