segunda-feira, 26 de agosto de 2013

volta ao trabalho - Parte II: a primeira semana

  segunda-feira passada eu voltava ao trabalho e deixava, pela primeira vez, minha cria "sozinha" em casa. levantei cedo, tomei banho, amamentei, ordenhei meu leite, saí meio sem noção do que precisava levar na bolsa (quase coloquei uma fralda de boca, força do hábito). o Carlos e a Mallu me trouxeram até o trabalho, viemos rindo e conversando, mas meu coração faltava pular do peito. me deixaram no portão, enchi os dois de beijos e entrei.

saindo de casa pra levar a mamãe no primeiro dia de trabalho


aqui as coisas são diferentes: o neném que deixa a mamãe na escola
beijo de saudade antecipada
  bom, deixa eu resumir: meu primeiro dia de trabalho foi ótimo. revi os alunos, os colegas, fiz o que gosto, pensei em coisas novas pra biblioteca, não chorei! o Carlos ia me informando como estavam as coisas em casa (bem, graças a Deus!) e me mandando fotos pra amenizar a saudade. depois a Mi (minha irmã) chegou, foi super tranquilo também, Mallu tomou meu leite e dormiu boa parte do tempo.

mãe! tô tomando café da manhã sozinha ó!

lendo com o papai

brincando e sendo linda

dormindo no colo do papai
  daí vem a minha surpresa quando chego em casa: fui correndo toda cheia de amor pro lado da Mallu e ela nem me olhou nos olhos. veio no meu colo e mamou, sem grandes reações de alegria (sim, estou falando da mesma Mallu que dava gritinhos eufóricos e se balançava toda só de me ver passar no mesmo cômodo). imaginem meu coração de mãe culpada? despedaçado.
  durante a tarde aconteceu uma situação muito tensa e triste na nossa casa, um problema seríssimo de família que envolve meus pais, meus irmãos e eu, e a minha pequena ficou o tempo todo dormindo no meu colo. passada a confusão, assim que eles foram embora, notei que a Mallu tava muito sonolenta e apática, e decidi ver se ela tava com febre (se fiz isso 2 vezes até hoje foi muito, nunca encano com isso). pra minha surpresa: 38,5 de febre. fomos tomar banho e a febre cedeu, 37,3. muito peito e muito carinho, e a febre aumentando, até chegar a quase 39. de repente eu desabei. me senti uma mãe de merda por não poder cuidar da minha filha em tempo integral, toda a confusão familiar me derrubou, parecia que eu não me reconhecia mais, que não tinha certeza da minha força e da minha capacidade. uma amiga de um grupo online disse algo sobre o bebê convulsionar e eu, desesperada, mediquei a febre (outra coisa que não costumo fazer sem REAL necessidade - me julguem).
  saldo do primeiro dia: choradeira, insegurança, culpa e febre emocional.
  preciso mesmo falar como se seguiu a semana? ao mesmo tempo em que me sentia feliz e satisfeita por estar de volta ao trabalho, ao "mundo real", sentia uma culpa imensa por não estar o tempo todo com a Mallu. ela não teve crise de choro nenhuma vez na minha ausência, dorme bem, come frutinhas e almoço, toma meu leite... mas me trata com indiferença quando eu volto e isso quase me mata. precisamos de muitas horas juntas pra que ela volte a agir normalmente, me olhar nos olhos, me fazer carinho enquanto mama. é muito, muito difícil.
  a saudade e a culpa foram acumulando, até que sexta-feira eu peguei uma gripe (???) que até hoje não melhorou, e tô extremamente cansada física e emocionalmente.
  o fim-de-semana aproveitamos pra nos curtir. sábado saímos cedo pra assistir "O Renascimento do Parto" (o que merece um post em breve), passeamos um pouco pela Praça da Liberdade, e fomos visitar a vovó e o vovô (pais do Carlos). domingo foi dia de namorar meu marido e minha filha, quietinhos no nosso ninho. pena que passa tão rápido e a saudade já começa a apertar antes mesmo que eu saia de casa...
  enfim, o que se há de fazer? preciso trabalhar, minha filha tá com pessoas que a amam e cuidam muito bem dela... tenho que relaxar e deixar as coisas fluírem. o tempo dá jeito em tudo, não vai ser nisso que ele vai falhar, né?
  fico aqui contando as horas pra chegar em casa e encher o meu amorzinho de beijos e abraços, até que aqueles olhinhos parem de me evitar e me acolham com todo amor que têm.

Um comentário:

Kine disse...

Minha mãe sempre trabalhou em casa, então a parte mais difícil da infância foi entrar para escola, foi realmente tenso. Mas logo ela acostuma e vai aproveitar bem quando você estiver pertinho dela. Era o que minha mãe fazia quando eu voltava da escola =D