quinta-feira, 1 de agosto de 2013

SMAM - semana mundial do aleitamento materno

"Isto é tudo o que se precisa para poder dar de mamar a um filho. Nem métodos, nem horários, nem conselhos, nem relógios, nem cursos. Mas sim apoio, contenção e confiança de outros (marido, rede de mulheres, sociedade, âmbito social) para ser uma mesma mais do que nunca. Só permissão para ser o que queremos, fazer o que queremos, e deixar-se levar pela loucura do selvagem.
(...) Dar de mamar é ter o bebê a colo, o tempo todo que seja possível. É corpo, é silêncio, é conexão com o submundo invisível, é fusão emocional, é loucura.
 Sim, há que ser um pouco louca para maternar."

 - Lactância Selvagem, por Laura Gutman


  começa hoje a SMAM - semana mundial do aleitamento materno. o tema desse ano é "apoio às mães que amamentam: próximo, contínuo e prolongado".
  que atire o primeiro jato de leite a mãe que nunca ouviu frases como "seu leite é fraco", "seu leite é pouco", "esse bebê chora tanto de fome", "depois dos 6 meses o leite materno não serve mais de nada" ou "leite artificial é mais forte e faz o bebê dormir melhor". cada uma mais besta que a outra.
  a OMS (organização mundial de saúde) e o MS (ministério da saúde) recomendam o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses (isso mesmo, vovós, sem água, sem chá, sem engrossante, sem suco, sem caldinho de feijão, sem água de arroz, sem mais na-da). e a amamentação continuada até 2 anos ou mais. se os órgãos de saúde assumem essa como a melhor conduta, por que a mãe que amamenta ainda enfrenta tantas dificuldades e preconceito nesse caminho tão bonito?
  há algumas décadas atrás, quando eu nasci por exemplo, era chiquérrimo que o bebê tomasse NAN. o mito do "leite fraco" já tinha muita força, e as mães davam a fórmula pros bebês acreditando ser o que havia de melhor. formou-se uma cultura contra o que é natural, criou-se um status em cima da cirurgia em vez do parto, da mamadeira em vez do peito, da chupeta pra acalmar, das papinhas industrializadas que se afirmavam (e afirmam na maior cara de pau até hoje) saudáveis e nutritivas.
  se pensarmos nas gatas que alimentam seus filhotinhos todos ao mesmo tempo, se pensarmos numa chimpanzé que pare seu filhote onde se sente mais confortável, e em todas as nossas antepassadas que há milhares e milhares de anos pariram, amamentaram e criaram seus filhos de forma natural, toda essa cultura que nos empurra "tecnologia" ao maternar não soa um tanto absurda? se elas foram capazes, por que nós não seríamos? se somos capazes de gerar, por que não seríamos de parir e alimentar nossas crias?
  seu corpo produz um leite perfeito pro seu bebê. seu leite contém os anticorpos e nutrientes específicos que seu filho precisa. não parece mágica? é o seu poder. muito maior que o de qualquer fabricante de leite em pó por aí.
  acontece que há tanto tempo são passadas informações equivocadas e mitos, até pelos profissionais de saúde, que fica difícil confiar na nossa capacidade de nutrir. por isso é de extrema importância a informação: venha ela do consultório médico, do marido, da maternidade, da parteira, da doula, da amiga, da mãe, da sogra, da mulher ali no ponto de ônibus... encaro como dever de cada uma de nós passar pra frente a informação que pode salvar a amamentação de uma mãe-bebê. e admito a extrema importância que algumas pessoas e alguns grupos de apoio tiveram no sucesso da amamentação da mallu.
  amamentar não é só alimentar: é amor, proteção, cuidado, segurança. é criar um vínculo maravilhoso e incomparável. é acreditar na sua força, na sua capacidade, se empoderar a cada mamada. é se doar inteiramente pro seu bebê e construir o amor mais forte que existe. é amar de um jeito que só nós, mamíferas, podemos fazer: do ventre ao seio.

  durante essa semana o blog vai contar com vários relatos lindos de amamentação, e com links bacanas pra nos munir de informação. tá rolando uma blogagem coletiva sobre o tema e em breve linko aqui todos os blogs que estão participando.
  se você é ou vai ser mãe: amamente. se não conseguiu amamentar: estimule pra que a mãe perto de você consiga. se é pai: dê o apoio que sua parceira precisa.
  leite materno é amor líquido. não tem preço, mas um valor inestimável.




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