terça-feira, 13 de agosto de 2013

coruja é pouco, essa mãe aqui é leoa!


  em abril desse ano deixei esse recado no meu mural do facebook:

  "às vezes eu sonho que sou uma mãe leoa e entro com minha cria e o pai leão pra dentro da toca, rugindo alto e espantando todos os outros bichos palpiteiros de perto.
às vezes eu sou gentil e só faço cara de alface.
e, às vezes, quase nunca, eu solto indiretas no facebook.
fica a dica."

 ok, admito, pode ter soado um pouquinho agressivo. e essa não foi a única (e nem a pior) vez. reclamei das minhas visitas, da palpitação alheia, dessa coisa de tentarem me infantilizar chamando de "mãezinha" ou "mãe de primeira viagem". parece que o meu forte é reclamar (não que isso seja uma total inverdade), mas acontece que eu perdi tempo demais na minha vida tentando agradar as outras pessoas. passei por muitas situações em que eu precisava tomar as rédeas da minha vida e não conseguia, porque sentia necessidade da aprovação alheia.
 depois de ter ficado grávida e de ter parido a Mallu, pari também uma nova Ana. e com essa Ana não tem meias palavras, não tem essa necessidade absurda de aprovação, não tem decisão adiada. a maternidade me trouxe muitas mudanças e vou falar de cada uma delas aqui no blog, são muitíssimo importantes pra mim.  uma dessas mudanças foi aprender a confiar em mim e a me assumir. meu corpo foi capaz de gerar uma vida com perfeição. trabalhei duro junto com a minha filha e pari, pari lindamente, descobri uma força que me era inimaginável. amamentei exclusivamente por seis meses e continuo com a amamentação firme e forte, que só vai deixar de acontecer quando a hora da Mallu chegar. lutei contra todas os conselhos "inofensivos", contra todas as ironias e piadinhas, contra tudo o que EU (e o pai dela também, claro) não considerávamos bom ou correto na criação da nossa filha. assumi meu papel de mãe sem delegá-lo em momento algum à outra pessoa. assumi meus posicionamentos, o bônus e o ônus de cada escolha.
  sou uma pessoa bem informada porque corro atrás disso. se tantas mudanças aconteceram e continuam acontecendo na minha vida é porque tenho feito o movimento de promove-las. se recuso seu palpite, se respondo com grosseria às vezes, se faço cara de boba e sorrio... não é por mal. eu sei que muita gente gosta de mim e da minha filha e querem nosso bem, por isso sugerem o que acham ser o melhor. assim que ela nasceu eu ficava enfurecida a cada palpite ou intromissão na nossa vida. ainda estava insegura, no fundo me sentia despreparada. queria ter um tempo só meu e da Mallu, pra nos conhecermos, pra que esse vínculo que temos hoje fosse formado, sem ninguém tentando intermediar isso. e aconteceu: hoje sou muito segura da mãe que sou, muito orgulhosa e feliz com a filha que tenho. temos uma sintonia maravilhosa e isso me dá firmeza a cada passo que dou. os palpites já não me incomodam tanto - ouço e tiro o que for bom pra gente. é que existe um limite entre sugerir e impor, e muita gente ultrapassa um pouco.
  acontece que não vou ficar me desgastando com isso e discutindo, sabe? é a MINHA filha, são as MINHAS decisões, é a NOSSA vida. se você não aprova nossas escolhas, tudo bem, é direito seu. mas não me importar com isso também é direito meu e, sinceramente, eu não me importo.

Mallu #chatiada com tanta amolação

  peço desculpas se cheguei a magoar alguém com minha grosseria ou com a minha indiferença com relação aos palpites que recebi sobre a criação da Mallu. acontece que eu sei o que quero pra nós, e isso não inclui terceirizar em NADA a criação dela.
  espero que entendam e não deixem de ter um relacionamento bacana com ela por causa disso, que saibam separar as coisas.
 como boa leoa que sou, tenho aprendido a proteger minha cria sem tanto alarde. não preciso provar nada pra ninguém. vocês não precisam me desafiar. bandeira branca: podem entrar na nossa toca e acarinhar o meu filhote. mas quem cuida, lambe e cria sou eu. e não desaprendi a rugir.




(eu sei que falhei na semana mundial do aleitamento materno, sorry. recebi relatos lindos, lindos, lindos. mas fiquei sem internet e só hoje tive acesso pra blogar novamente. agradeço à todas que me enviaram seus relatos, aos poucos vou postá-los aqui. sempre é dia de AMAmentaR)

Um comentário:

Anônimo disse...

Então, tá certa mesmo. E é clichê, mas quem dá muito pitaco na vida e filha dos outros, merece comprar um gato.